Ave Mar
(2019), oil on canvas, 148 x 86, 153 and 50 cm
"Procurei-me na luz, no mar, no vento."
[Found myself in the light, the ocean, the wind.]
Sophia de Mello Breyner Anderson, poem from Mar Novo.


[PT] O projeto Ave Mar surgiu duma antiga memória de infância dumas férias de verão na costa alentejana. Todo esta dinâmica da lembrança surge-me, quase diariamente, devido ao meu contacto com a paisagem do estuário do Tejo na baixa lisboeta, e após várias experiências fotográficas nas praias mais próximas, o meu interesse caiu nos reflexos azuis da água.
Depois algumas fórmulas plásticas a óleo, o traçado, com inspiração nesses mesmos reflexos demonstrou um elevado gestualismo, e juntamente com as nuances das cores, o conjunto trouxe uma dimensão às experiências que já ia além da própria representação da água.
Da água vem uma memória que limpa, um momento de pureza onde o mar e a atmosfera se unem e quase me fazem levitar na paisagem das falésias do meu passado.
Tal realidade transfiguro no tríptico Ave Mar. Esta é uma prece ao intemporal e ao eternamente presente no meu consciente e inconsciente. É o movimento dos caminhos que ficaram para traz e daquela que me leva em frente.
Este será o dilúvio que levará o espectador a maravilhar-se com o mistério da água/memória/inconsciente que limpa, e traz a calma.
[EN] Ave Mar’s project started with phographic studies of water’s blue reflexes. The light of Lisbon’s river Tejo brings to me memories of my childhood vacations near the sea on a regular basis, which I used as inspiration and later reinterpreted using oil. After some studies a great expression of my own movements as well as the contrast combination reviled themselves very rich and that’s when I transfered the work for a bigger canvas.
The triptic now transmits something greater than my memories. It’s a timeless prayer present in my conscience and subconscience. The movement of the roads I’ve crossed and the one I’m taking now. I’ve completely connected with my deepest self and my greatest potencial.
Ave Mar is the flood that marvels and cleanses the spectator with the awe and mystery that resides in the water, memory and the subconscient.


